O Dia Mundial das Aves Migratórias celebra-se, anualmente, no segundo fim-de-semana de maio e visa a sensibilização geral para a necessidade de proteção e conservação das aves migratórias e dos seus habitats, e aumentar a consciência global para as ameaças que estas aves enfrentam. A próxima campanha do Dia Mundial das Aves Migratórias em 2024 visa a importância dos insetos para as aves migratórias e destaca as preocupações relacionadas com a diminuição das populações de insetos.
Em 2024, o Dia Mundial das Aves Migratórias comemora-se em dois dias, 11 de maio e 12 de outubro, alinhando-se com a natureza cíclica da migração das aves em diferentes hemisférios.
As aves desempenham papéis cruciais na polinização e no controlo de pragas, e a falta de insetos perturba estas funções do ecossistema. A superpopulação de certos insetos, sem predadores naturais como as aves, também pode causar surtos que prejudicam a saúde das plantas e a agricultura.
A campanha do Dia Mundial das Aves Migratórias em 2024 sublinha a necessidade de medidas pró-ativas de conservação, que incluem a redução da utilização de pesticidas e fertilizantes e, sempre que possível, a mudança para a agricultura biológica. Outras medidas incluem a manutenção e ligação de áreas de vegetação natural que fornecem alimento e abrigo para aves e outras espécies, em paisagens agrícolas.
Os insetos são fontes essenciais de energia para muitas espécies de aves migratórias, não apenas durante as épocas de reprodução, mas também durante as suas extensas viagens e afetam largamente o momento, a duração e o sucesso geral das migrações das aves.
Ao longo das suas rotas de migração, as aves procuram ativamente insetos em campos, florestas, zonas húmidas e vários habitats durante as escalas. O momento da migração das aves coincide frequentemente com o pico de abundância de insetos nos locais de escala, fornecendo alimento às aves para reabastecerem as suas reservas de energia antes de continuarem as suas viagens.
A perda e a perturbação das populações de insetos nos locais de reprodução e ao longo das rotas de migração das aves ameaçam a sobrevivência e o bem-estar das aves. Espaços naturais como florestas e pastagens que foram transformados ou ameaçados pela agricultura intensiva e pelo desenvolvimento urbano e os seus efeitos, como a poluição luminosa, podem resultar num declínio nas populações de insetos. Pesticidas e herbicidas destinados a proteger as plantações prejudicam os insetos dos quais as aves dependem para se alimentar. A escassez de insetos ricos em energia e proteínas pode dificultar a migração e a reprodução das aves, levando ao enfraquecimento do sistema imunitário, à redução do sucesso reprodutivo e ao aumento das taxas de mortalidade tanto das aves adultas como das suas crias.
Portugal é um dos mais interessantes destinos europeus para a observação de aves. Grande parte das aves nidificantes chegam ao nosso país nos meses de março e abril, oriundas da África subsariana. No final do verão e no outono, estas aves migradoras empreendem novas viagens épicas desde os territórios de nidificação por toda a Europa, até às zonas de invernada, geralmente em território africano.
