O Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo comemora-se a 9 de agosto, em reconhecimento da primeira reunião do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Populações Indígenas, que se realizou em Genebra em 1982. Este dia foi estabelecido na Assembleia Geral das Nações Unidas, a 23 dezembro 1994, pela Resolução 49/214.
Estima-se que existam cerca de 476 milhões de povos indígenas, que vivem atualmente em 90 países. Constituindo menos de 5% da população mundial, representam 15% dos mais pobres, falando a maioria das cerca de 7.000 línguas que existem no mundo e representam 5.000 culturas diferentes.
Os povos indígenas são herdeiros e praticantes de culturas e formas únicas de relacionamento com as pessoas e com o meio ambiente. Conservam características sociais, culturais, económicas e políticas distintas das sociedades dominantes em que vivem. Apesar das suas diferenças culturais, estes povos partilham problemas comuns relacionados com a proteção e manutenção dos seus direitos, enquanto povos distintos.
O tema deste ano é: Povos Indígenas e a Inteligência Artificial, Defender Direitos, Moldar Futuros.
Embora a IA (Inteligência Artificial) possa apoiar a revitalização cultural, o empoderamento da juventude e até a adaptação às alterações climáticas, muitas vezes reforça preconceitos, exclusão e a má representação dos Povos Indígenas. A maioria dos sistemas de IA é desenvolvida sem a participação dos Povos Indígenas, o que acarreta o risco de uso indevido dos seus dados, conhecimentos e identidades.
Além disso, os grandes centros de dados podem também ter impacte nas terras, recursos e ecossistemas indígenas. Este é um novo problema que se soma às já existentes barreiras de acesso às novas tecnologias, especialmente em áreas rurais, excluindo os Povos Indígenas de uma participação plena nos processos relacionados com a IA.
Para desbloquear todo o potencial da IA, os Povos Indígenas devem ser respeitados como titulares de direitos, co-criadores e decisores. A inclusão significativa, a soberania sobre os dados e a inovação culturalmente enraizada são fundamentais para garantir que a IA fortalece as suas comunidades.
