A terceira sessão de discussão pública sobre a estratégia e o rumo para o futuro do turismo em Portugal na década 2025 – 2035 foi marcada essencialmente pelos desafios que o Alentejo enfrenta e o potencial que o território possui e que deve ser explorado. Reforçar a relação entre o turismo e as comunidades, encarar a dimensão tecnológica como uma oportunidade e apostar no turismo como uma forte ferramenta de incremento para as comunidades e pessoas, foram alguns temas apontados, na terceira conferência do ciclo “Estratégia de Turismo 2035: construir o turismo do futuro”, que teve lugar no Évora Hotel.
A sessão contou com um conjunto variado de entidades públicas e privadas ligadas ao turismo, entre as quais, o Secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, o Presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, o Presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, o Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos, e o Presidente da CCDR Alentejo, António Ceia da Silva. Estiveram ainda presentes como oradores o Administrador do Évora Hotel e representante da AHP, Lino Coelho, a Diretora Geral do Hotel Torre de Palma, Luísa Rebelo, o COO da Eurosuez RE /Spatia Comporta & Melides, Vasco Duarte, a Vice-Presidente da CCDR Alentejo, Paula Amendoeira, e a Professora Auxiliar da Universidade de Évora, Mónica de Brito.
Foram vários os contributos para a nova estratégia do turismo, muitas vezes colocados em forma de desafios como a gestão inteligente do território, localização e acessibilidades, inovação e digitalização, sustentabilidade económica social e política, a inovação tecnológica, a demografia cada vez mais em processo de envelhecimento ou a gestão, atração e fidelização de talento.
Apontaram-se aspetos que devem merecer atenção por parte de todos os operadores do setor e parceiros, entre os quais, a necessidade de investir em infraestruturas na área dos transportes ou da saúde e a necessidade de aproveitar melhor os recursos que fomentem a qualidade da experiência proporcionada aos turistas.
A conectividade e mobilidade foram, igualmente, temas abordados, considerados por quase todos como vitais para o desenvolvimento sustentável do turismo. Desde a mobilidade intermunicipal à inter-regional, à construção de autoestradas, passando pela mobilidade ferroviária e melhoria das linhas férreas, tudo foi tema. Naturalmente que não faltou a sugestão de aproveitar melhor o aeroporto de Beja, com as várias as personalidades a afirmar que é decisivo olhar para todos estes aspetos, no sentido de que o crescimento do turismo seja consolidado em todo o território.
Num cenário de constante transformação, questionou-se a perceção de alguns sobre pressão excessiva de turismo no Alentejo, ao mesmo tempo que se defendeu a adoção de estratégias eficazes para impulsionar e gerir o crescimento. Focou-se a importância de diversificar mercados e produtos turísticos e sublinhou-se a importância do turismo cultural, enoturismo e turismo histórico. A diversificação ajudará a conseguir um turismo sustentável que impulsione a qualidade da experiência turística, garantindo que o turismo contribui para o bem-estar de todos e que a sua convivência com os residentes seja equilibrada e harmoniosa.
A necessidade de avançar já para uma nova estratégia do turismo deve-se ao facto de os objetivos da ET27 estarem praticamente atingidos três anos antes do previsto, nomeadamente o valor de 27 mil milhões de receitas que, de acordo com as projeções, será atingido já em 2024.
Conferências regionais e sessões temáticas
Após Évora, o ciclo de conferências segue para outras cidades do país, incluindo arquipélagos. Ponta Delgada (21 de outubro), Funchal (28 de outubro), Aveiro (11 de novembro) e Faro (25 de novembro). Este périplo regional tem como objetivo garantir uma abordagem inclusiva, onde cada região possa expor as suas realidades e prioridades para o desenvolvimento turístico.
Além destas conferências regionais também serão organizadas várias sessões temáticas, nomeadamente sobre “comunidades locais”, “lideranças”, “ambiente/cultura”, “mercados e internacionalização”, “tecnologia/digital” e “emprego e formação”.
Turismo de Portugal apela à participação de todos