O programa
Dinamizar Fortalezas arranca com a promoção das 62 fortalezas de fronteira situadas na raia entre Portugal e Espanha.
O lançamento do programa, a 23 de julho de 2019, pelo Ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, teve lugar no castelo de Monção, uma das fortificações que o Governo quer requalificar, por considerar que estes monumentos "são âncoras de desenvolvimento regional, podendo criar emprego e gerar riqueza, afirmando-se como novos recursos turísticos".
A primeira fase do programa concretiza-se com o projeto Fortalezas de Fronteira, abrangendo as 62 fortificações estudadas e desenhadas por Duarte D'Armas – escudeiro do rei D. Manuel – no Livro das Fortalezas, no séc. XVI, às quais acrescerão, mais tarde, outras, com data de construção posterior, também na linha de fronteira.
O Dinamizar Fortalezas pretende promover, de forma integrada, o acesso a exemplares únicos de arquitetura militar do passado e a sua fruição pelas populações locais e seus visitantes, bem com a sua transmissão às gerações futuras, tendo como objetivos:
_ contribuir para o reforço de atratividade das respetivas regiões como destinos turísticos, gerando riqueza, criando postos de trabalho e, também, novas dinâmicas económicas;
_ combater os desequilíbrios relativamente às regiões do interior, contribuindo para a coesão económica e social do país;
_ descrever a geografia de um país com base no legado das fortificações, como por exemplo a linha de fronteira de Portugal com Espanha;
_ transformar estes espaços únicos de história e cultura, em locais dinâmicos e interativos de visita e de conhecimento do país e, em particular, das regiões;
_ agregar e divulgar a informação disponível sobre as fortificações abrangidas;
_ promover a ação articulada entre municípios e outros agentes públicos e privados na estruturação do produto, da criação de rotas e itinerários e outros programas turísticos (recriações históricas, teatros, espetáculos musicais, palestras, etc.).
O projeto Fortalezas de Fronteira contribuirá para divulgar o legado patrimonial existente em toda a linha de fronteira luso-espanhola, uma das mais antigas do mundo, contribuindo para a estruturação de produtos turísticos no interior de Portugal com capacidade de atrair mais visitantes e turistas nacionais e estrangeiros a territórios de baixa densidade.
Associada à reconquista na parte ocidental da Península Ibérica, a história da raia tem origem em acontecimentos determinantes como o Tratado de Zamora, em 1143, que assinala o nascimento de Portugal como reino independente, e o Tratado de Alcanizes, em 1297, que estabelece, no essencial, as fronteiras de Portugal.
A necessidade de construção na raia de uma “faixa" defensiva e bem vigiada materializou-se num vasto conjunto de fortificações que são hoje testemunho de séculos de história e de arquitetura militar.
Este património contribuiu significativamente para a identidade das regiões do interior de Portugal Continental na zona de fronteira, e faz parte da sua paisagem e da cultura das suas gentes.
Por ocasião do lançamento do programa, a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, declarou que o Dinamizar Fortalezas "inclui a criação de condições de visitação e de conteúdos e promoção internacional, tirando partido da proximidade ao mercado espanhol".
O Ministro Adjunto e da Economia teve ainda oportunidade de informar que num primeiro momento houve lugar ao levantamento de todas as fortalezas e foram aferidas as atuais condições de visitação, um segundo momento, iniciado com o lançamento do Dinamizar Fortalezas no castelo de Monção, centra-se na promoção destes recursos junto dos operadores turísticos e dos jornalistas, assim como na divulgação através do sítio Fortalezas de Fronteira criado para o efeito e, um terceiro momento, prevê a disponibilização de apoio financeiro aos municípios, nomeadamente através o programa Valorizar, para intervenções de qualificação e requalificação das fortalezas com vista à sua visitação.